19 de set. de 2008

Guia da Corrida - Saúde !


Guia da Corrida - parte 1
Pronadora, neutra ou supinadora:
identifique o seu tipo de pisada




O exame é simples e serve para prevenir lesões e dores na coluna. Nem todo mundo pisa igual, e isso faz uma diferença danada na hora de escolher o tênis certo para correr ou caminhar. Isso porque a forma como você apóia os pés no chão vai determinar onde devem se concentrar os amortecedores do calçado, evitando lesões e dores nos joelhos e na coluna.
Existem três tipos diferentes de pisada. A melhor maneira de descobrir a sua é consultando um ortopedista. Algumas pessoas, no entanto, arriscam identificar em que grupo se encaixam só observando o desgaste na sola dos calçados o método não é de todo seguro porque e preciso considerar o apoio da pisada, e não o primeiro contato geralmente, o responsável pelo desgaste do solado.
Algumas lojas esportivas também dispõem de aparelhos que analisam e identificam na hora o seu jeito de andar.
A seguir, conheça as características de cada um deles:
Pisada pronadora desgaste do lado interno dos calçados.
É comum entre as pessoas que têm os pés chatos, ou seja, sem aquela curvatura natural. A pisada começa pelo calcanhar e concentra seu maior impacto na zona do dedão. Neste caso, os amortecedores precisam se concentrar na região interna dos pés (onde devera haver a curvatura). A consulta no ortopedista é importante para avaliar a necessidade de uma palmilha corretiva.
Pisada neutra desgaste uniforme
A ideal, entre os três tipos. Começa pelo calcanhar e distribui-se de modo uniforme por toda a sola, finalizando com a absorção do impacto pelos três primeiros dedos do pé. Os tênis para esta pisada contam com amortecedores em toda a sola.
Pisada supinadora desgaste do lado de fora dos calçados
Ela começa na parte externa do calcanhar, segue apoiada no lado de fora do pé e termina apoiando-se nos dois últimos dedos. Pessoas com pés cavos (dotados de uma curvatura mais funda do que o normal) costumam pisar desta maneira. Os amortecedores para correção são dispostos na parte externa dos tênis, onde há o maior desgaste. Também vale pedir avaliação de um ortopedista quanto ao uso de palmilhas corretivas para o treino e o dia-a-dia.
Guia da Corrida - parte 2
Você sabe respirar corretamente enquanto corre?
Veja por que a troca de gases é tão importante nas atividades aeróbiasA corrida é uma atividade aeróbia bastante exigente, que envolve o metabolismo do oxigênio como fonte de energia.
Daí a grande importância na maneira como você respira enquanto corre:
isso determina o consumo de calorias e o rendimento do seu treino.
Mas nada de paranóias. A respiração é algo natural e, portanto, vai variar seguindo as necessidades do seu corpo. Parado e sem se exercitar, seu corpo responde com a respiração nasal, que melhora a qualidade do ar que respiramos o nariz filtra e aquece o ar que vai chegar aos pulmões.Só que, durante uma atividade física aeróbia de intensidade forte, a prioridade é suprir a necessidade maior de ar. Por isso, não se force a ficar de boca fechada. Combine inspirações pela boca e pelo nariz, de acordo com a necessidade do seu corpo.Inspire, expire!Seu corpo revela se você está respirando direito
1. Olhe para o abdômen e para o peito:
qual dos dois estufa primeiro? Se for o abdômen, perfeito. Do contrário, acalme-se e tente corrigir. A respiração pelo peito é chamada de curta ou alta. É de pouco fôlego e provoca ansiedade. No seu dia-a-dia, tente se observar. Treinando a respirar pela barriga, logo o exercício torna-se automático.
2. Infle o abdômen na respiração e murche quando expirar. Solte o ar mais lentamente do que inspirou, aumentando a eliminação de gás carbônico e abrindo espaço nos pulmões para a entrada de oxigênio.
3. A respiração correta faz o seguinte caminho: começa pelo abdômen, chega até a região das costelas e, por fim, atinge o tórax. Praticá-la é a melhor receita contra a famosa dor de lado , porque os movimentos diminuem a tensão no músculo do diafragma, envolvido na respiração. Quando a troca de ar é alta, este músculo é obrigado a se contrair e relaxar em intervalos muito curtos, gerando um espasmo espécie de cãibra que ocasiona a terrível dor na lateral do abdômen.
Guia da Corrida - parte 3
Saiba escolher o tênis, a camiseta e os acessórios ideais para o seu perfil de corredor
Comece acertando o guarda-roupa para aumentar o rendimento e evitar lesões. Se você acha que isso é frescura, melhor mudar de idéia. A escolha da roupa e do tênis certo para correr não só evita lesões nos joelhos e na coluna, como oferece muito mais conforto durante o treino.
Quem está começando, não precisa investir o salário de meses num tênis profissional ou numa camiseta mais cara do que muitos televisores. A tecnologia realmente avançou muito e, com algum dinheiro e as dicas certas, dá para escolher um bom uniforme sem raspar a conta bancária.TênisEles pode ser o seu melhor amigo durante o treino. Mas também tem tudo para assumir o papel de vilão, caso não seja bem escolhido. Um bom tênis evita lesões nas articulações e, acredite, melhora bastante a sua performance. Para fazer a escolha certa, observe:
1. O seu tipo de pisada. Ela pode ser para dentro (pronada), para fora (supinada) ou neutra, ou seja, distribuída igualmente por toda a sola dos pés. Algumas lojas especializadas em artigos esportivos fazem esta avaliação gratuitamente. Mas, se quiser ter certeza, repare no desgaste dos seus calçados. Eles denunciam a sua pisada e ela quem determina onde deve se concentrar o sistema de amortecimento do tênis usado para correr.
2. O formato dos seus pés. Pés chatos (sem curvatura) e cavos (com curvatura exagerada) podem pedir ainda uma palmilha, que ajude a distribuir melhor o peso do corpo nos pés enquanto você corre.
Fale com seu ortopedista se você suspeita de alguma irregularidade.Além disso, mais duas dicas merecem atenção:
Não invente de correr com um tênis próprio para quem joga basquete, só porque você achou o modelo mais bonito. Os calçados de corrida são pensados para atender as necessidades e evitar problemas dos atletas que praticam esta modalidade esportiva.
Prefira fazer sua compra no final do dia, quando você já fez muita coisa e os pés estão inchados (porque é isso que acontece quando você corre). E não se esqueça e experimentar os pares usando meias. São elas que seguram a sua transpiração durante o treino o algodão ainda é o melhor tecido neste quesito. O ideal é que sobrem espaço equivalente a dois dedos na frente do calçado.
Camisetas
No pique inicial, aquela de algodão que você adora está perfeita. Mas, com o avanço dos treinos, prefira uma peça que deixe o suor evaporar mais rapidamente. A escolha evita o peso do tecido molhado sobre o corpo e os problemas que isso traz, como alergias e assaduras. Esse modelo também ajuda na troca mais eficiente de calor entre o corpo e o ambiente.
Proteção contra o sol
Correr no parque ou na rua é uma delícia quem experimenta dificilmente se adapta à esteira. Mas para fazer isso, só com a proteção adequada contra as radiações ultravioletas. Um boné ajuda, além de dar uma segurada no suor. Outra opção são as viseiras pouco recomendadas, entretanto, se você sofre com a calvície. E nunca esqueça o filtro passar: FPS 15, no mínimo. Os óculos escuros também ajudam bastante. Prefira os modelos esportivos e cheque se eles estão bem presos no rosto (as alças de segurança, de toda forma, são um acessório simples que evita tombos e riscos nas lentes). Há ainda óculos específicos para quem corre à noite e para quem corre na praia e precisa se proteger da areia trazida pela brisa.
Guia da Corrida - parte 4
Acerte a postura para correr sem dorEncaixe os passos, preservando seu corpo contra as lesões e o cansaço exagerado.Os atletas profissionais preocupam-se com ela do início ao fim do treino, não importa o nível de cansaço a que estejam submetidos. Uma boa postura é segredo para correr bem e com segurança. Isso porque, além de provocar ou agravar lesões, o encaixe desorganizado dos músculos e do esqueleto consome mais energia do seu corpo.
Normalmente, entretanto, a postura incorreta durante a corrida tem causas anteriores à pratica esportiva.
A atividade física, nesse caso, pode até piorar alguns problemas (se não houver orientação profissional adequada). Quem sente algum tipo de dor, precisa consultar um ortopedista ou um fisioterapeuta antes de começar a correr.Mas, encontrando um treino que respeite suas limitações, aproveite. O esporte aumenta o tônus e o alongamento muscular, aliviando a sobrecarga de peso em algumas regiões do corpo um abdômen flácido, por exemplo, força demais a coluna.
E importante:
nunca deixe de fazer alongamentos. Eles aumentam a amplitude dos seus movimentos, evitando cãibras e lesões. Sentindo necessidade, caminhe um pouco antes de correr. A postura e os movimentos são os mesmos da corrida, mas em velocidade mais lenta. Por isso, andar melhora a coordenação motora e percepção do espaço (ajudando você a correr numa linha reta, por exemplo, sem precisar ficar olhando para o chão).
Raio-X do corredor
No movimento do trote ou da corrida, o cotovelo deve formar um ângulo de 90º entre braço e antebraço. As costas permanecem eretas, com o tronco levemente curvado para frente. O olhar também deve se fixar à frente, mantendo o pescoço relaxado. O movimento dos braços ajuda no equilíbrio e na coordenação das passadas de forma cadenciada. Os joelhos elevam-se a media altura, empurrando os pés à frente (pés e braços combinam-se de forma alternada: pé direito acompanha braço esquerdo e vice-versa).
Fonte: Minha Vida

2 de set. de 2008

Você sabia: Viola!



Instrumento de cordas, semelhante ao violão e que, no Brasil, assume várias versões sonoras, segundo as diversas regiões onde é cultivada. Com o mesmo nome são designados, na língua portuguesa, dois cordofones diferentes:


a) um instrumento de arco, um pouco maior que o violino e da mesma família dele, de que é o contralto, afinado em dó, sol, ré, lá, do grave para o agudo, a viola de arco;


b) um instrumento de cordas duplas dedilhadas, um pouco menor que o violão, de que é um ancestral afinado hoje geralmente em lá, ré, sol, si, mi, também do grave para o agudo, a viola de arame.

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A viola de arco, componente indispensável da orquestra sinfônica e do quarteto de cordas clássico, não é usada na música popular. Apesar de ter uma sonoridade menos enérgica que a do violino, supera a deste último em riqueza e calor emotivo.

A viola de cordas duplas dedilhadas, também chamadas viola de arame, viola caipira ou viola sertaneja, componente indispensável das cantorias sertanejas e da música rural, não é usada na orquestra sinfônica. Tem maior sonoridade que o violão e timbre que lembra o do cravo.

A viola caipira é formada por dois planos de madeira paralelos, o tampo e as costas, constituídos por dois bojos, o superior menor que o inferior, separados por uma cintura mais ou menos pronunciada. O bojo superior é continuado por um braço no qual se encontram doze casas ou trastes. Deve ter sido o primeiro instrumento de corda que o país conheceu. Foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses, no século XVI.

Os jesuítas, quando aqui chegaram em 1549, com o 1º Governador Geral, Tomé de Souza, adotaram-no nas suas atividades missionárias e difundiram-no entre os catecúmenos, ensinando os curumins a tocar e até a construir o instrumento.

O cultivo da viola de arame se desenvolveu e se mantém em diversas regiões rurais do Brasil, assumindo várias especificações sonoras, e estando presente em manifestações populares como, as cantorias, a folia de reis, os ternos de congo, os reisados em Minas Gerais e no interior do Rio de Janeiro, nas festas religiosas em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, em Minas Gerais, e a São Gonçalo, em regiões rurais do sudeste e do nordeste e nas festas de santos padroeiros. Há um tipo de viola rural, no Centro-Oeste, a viola de cocho, oriunda sem dúvida dessa aprendizagem.

A viola de arame do século XVI, muito difundida em Portugal, era um instrumento de quatro ordens de cordas duplas, que já no início do século XVII ganhou mais uma ordem de cordas, com a introdução de uma ordem mais grave. Passou a ter afinação geral lá, ré, sol, si, mi. Foi esse tipo de instrumento que se fixou no interior do Brasil até hoje.

Usada por gente do campo, sem maior sofisticação de técnica instrumental, a viola passou a utilizar muitas afinações diversas, que facilitavam a digitação da mão esquerda sem exigir maior virtuosismo. Dizem os caipiras que há 25 afinações diferentes. Câmara Cascudo afirma conhecer as seguintes: cebolão, cebolinha, ré-abaixo, cartechana, quatro-pontos, oitavado, tempero mineiro, tempero-pro-meio, guariano, guaianinho, temperão, som de guitarra, guaianão, cana verde, do sossego, ponteado-do-Paraná.

Para cantar moda, a melhor afinação é a quatro-pontos, e para cururu é a afinação cana verde. Cebolinha é boa também para moda. Cebolão muito usada para dança de cateretê. Conservada no interior. a viola, no Brasil, passou a constituir-se como instrumento de forte representação de várias culturas regionais, e, o violeiro, figura representativa de nossa música de raiz.

São muitos os violeiros, como Roberto Corrêa, Paulo Freire e Renato Andrade, entre outros, com formação na música erudita e que emprestam interpretação criativa e irretocável ao toque regional da viola caipira e de cocho. Já entre o toque popular da viola de arame, destacam-se violeiros das diversas regiões do Brasil, muitos autodidatas, como Helena Meirelles, do Mato Grosso, entre tantos violeiros do sexo masculino cada um com sua específica interpretação, também irretocável, consagrados no meio musical e cultuados nos mais variados recantos do Brasil, como Almir Sater, também do centro-oeste, os veteranos Téo Azevedo e Vicente Machado,Pereira da Viola, em Minas Gerais, e mais jovens, como Chico Lobo, Braz da Viola, entre outros, também em Minas.

No interior de São Paulo, cite-se, entre tantos, o autodidata Gedeão da Viola, com seu toque aranhado, além de diversas duplas de violeiros, como Zé Mulato e Cassiano. Em se tratando de violeiros notáveis, entre tantos, sobressai o já lendário Tião Carreiro, do norte-mineiro, que criou um estilo novo no toque da viola, o pagode sertanejo, tornando-se ídolo de gerações de violeiros mais jovens, como Almir Sater, e o jovem Rodrigo Matos, do interior de São Paulo, que desenvolve sua interpretação com influências declaradas de Tião Carreiro e que lidera um grupo de jovens violeiros na região.

No interior do Rio e Janeiro, a viola também tem culto tradicional e pode ser destaque na interpretação do mestre Messias dios Santos, e de jovens violeiros, como Yassir Chediak, Marcus Ferrer, Leonardo Rugero e Marcelo Lopes, entre outros, que, emprestam formação erudita ao toque da viola de arame.

Conforme o estilo e a região, o instrumento adquire denominações diversas, como: viola caipira, viola sertaneja, viola de cocho, viola de coité, viola de gamba, e outros.

A viola tornou-se, através de nossa história cultural, símbolo de identidade nacional, ligada, especialmente, ao universo rural de nosso país, mas sua influência se faz sentir, inclusive em meios urbanos, como, por exemplo, nos nomes artísticos assumidos por tantos talentos das mais variadas vertentes de nossa música, como é o caso do já falecido cantor Chico Viola e de um dos principais representantes do samba carioca, Paulinho da Viola.

É reconhecida como instrumento obrigatório, quando se fala do canto caipira e sertanejo, que traz o trabalho e o cotidiano das gentes do interior como tema, ou ainda, do canto romântico das, também tradicionais, serestas nas noites do Brasil.