10 de mai. de 2007

Inteligência vs. dinheiro

Os dois assuntos acima não estão necessariamente ligados. O QI alto não é sinônimo de riqueza!
por Rogério Tuma


Hoje em dia, estudamos os parâmetros de inteligência como um fator importante para comparar seres humanos. Pode parecer verdade que indivíduos mais inteligentes serão melhores como empregados, patrões, seres humanos. Mas isso é um engano. Nem sequer chegamos perto de uma leve noção de sua personalidade e do sucesso que terão como profissionais na idade adulta.

Nós sabemos que o quociente de inteligência é um índice que mede a capacidade intelectual geral das pessoas e está diretamente ligado à eficiência nos testes escolares e concursos. Seu valor é um porcentual comparado com a faixa etária do indivíduo avaliado. O valor 100 é o número médio de acertos da população analisada naquela faixa etária. Uma banda de valores normais fica entre 90 e 110.

Seu valor isolado é pequeno, porém, é um dos testes mais utilizados para comparação de seres humanos. Agora sabemos que isso nada tem a ver com o sucesso.
Jay Zagorsky, do Centro de Estudos de Recursos Humanos da Universidade do Estado de Ohio, é o autor de um artigo publicado na revista Intelligence na edição de maio/junho que mostra que o QI não é um fator determinante de sucesso material.
Segundo o autor, que avaliou mais de 7,4 mil pessoas anualmente, desde 1979, “você não precisa ser esperto para ficar rico”.
Os investigadores aplicaram um teste de inteligência desenvolvido pelas Forças Armadas americanas que avaliam a aptidão intelectual geral. Também tiveram seu salário e índices de riqueza anualmente computados.
Após anos de acompanhamento, o autor chegou a conclusões extremamente interessantes. Pessoas com o QI um pouco abaixo da média tinham o mesmo sucesso material que aqueles com QI maior.
Diz o pesquisador: “Encontrei um número bastante significativo de pessoas extremamente inteligentes que acabaram passando por dificuldades financeiras”.
“As pessoas não ficam ricas só porque são inteligentes”, afirma o autor. “Seu QI não tem nenhuma relação com sua riqueza, e ser muito esperto não o protege de dificuldades financeiras”, estabelece Zagorsky.
Porém, o estudo mostra que o salário está diretamente relacionado ao QI. A cada ponto a mais de QI o salário sobe entre 400 e 1.200 reais por ano. Isso quer dizer que, nos Estados Unidos, um indivíduo com QI de 130 – apenas 2% da população atinge esse nível de genialidade – recebe até 3 mil reais por mês a mais que seu par com um QI de 100, isto é, um indivíduo na média de inteligência.
Quando avaliou o patrimônio global dos indivíduos, o cientista notou que não havia nenhuma diferença entre um superinteligente e um indivíduo até com QI de 90, isto é, abaixo da média. O cientista está agora terminando um estudo que pode explicar por que as pessoas inteligentes poupam menos.
O estudo também mostrou que os espertos não estão imunes a gastar mais do que podem, 6% dos gênios estouram o limite do cartão e 11% deles se esquecem de pagá-lo. Os menos dotados, isto é, com QI abaixo de 75, têm comportamento semelhante ao dos gênios. Os indivíduos com inteligência na média são os que mais estouram o limite do cartão. Perto de 12% deles gastam mais do que podem.
Para Zagorsky, a lição é simples de aprender: “Inteligência não é um fator para explicar riqueza, pois alguns com inteligência baixa podem nem perceber sua deficiência e os que são gênios podem não notar essa vantagem e, portanto, não fazer uso disso na sua profissão”.

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