2 de jul. de 2009

Você sabia?


Quando se fala em adoçantes, um dos questionamentos comuns é se eles realmente são uma boa para a saúde. Depois entram os questionamentos verdade ou mentira? sobre os mitos criados ao redor do produto. Inicialmente desenvolvidos para diabéticos, os adoçantes tornaram-se, posteriormente, o item número 1 do kit dieta para quem não quer ingerir calorias a mais na alimentação. Quem deseja perder peso ou manter a forma, e evita grandes vilões do regime como açúcares, acaba por substituí-los pelas versões líquida ou em pó. No mercado, a variedade é grande. O que, às vezes, pode deixar o consumidor em dúvida quanto às vantagens e mitos sobre o produto.
Para entender melhor, o DMRevista mostra as diferenças básicas entre os vários tipos de adoçantes.
Quem pensa que adoçante é tudo igual está enganado. Para começar, o doce do produto é derivado de uma substância chamada edulcorante. Existem os naturais (extraídos de plantas e frutas) e os artificiais, que são os químicos. Por ser muito doce, deve ser utilizado em pequena quantidade, o que garante a vantagem de se ingerir menos calorias.
Há também diferença na composição (pode ser apenas um ou vários edulcorantes em um mesmo adoçante) e quanto à forma como são comercializados (líquido ou em pó). De acordo com a farmacêutica especialista em adoçantes Helena Menegueti Hizo, o mais correto é ler o rótulo para saber que tipo de produto se está adquirindo. A leitura torna-se mais importante do que saber se o produto é calórico ou não, pois há muitas misturas na composição, fazendo com que o adoçante se descaracterize.

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A idéia de que eles realmente são necessários para se ter qualidade de vida foi reforçada com a presença de astros nas campanhas publicitárias. É como se estar magro tivesse ligação direta com o uso de adoçante na alimentação. A competição entre os fabricantes faz com que chegue ao mercado uma maior variedade de produtos.
Há nas prateleiras dos supermercados e farmácias um gama de adoçantes: Ciclamato/Sacarina (Dietil, Sucaryl, Adocyl, Assugrin e Doce Menor), aspartame (Finn, Zerocal, Gold, Aspasweet, Linea, Cristaldiet) , Sucralose (Splenda), Acesulfame e Estévia, os dois primeiros são os mais consumidos.
Entretanto, só o uso do adoçante não é suficiente para se ter uma vida saudável. A regra básica é manter uma dieta alimentar equilibrada, aliada à prática esportiva regular.
Portanto, não se deve consumir adoçante indiscriminadamente , pois ele não é indicado para todos. Segundo Helena, os hipertensos e pessoas que sofrem de insuficiência renal devem usar com moderação os adoçantes derivados de ciclamato e sacarina de sódio. Ambos contêm sal e podem contribuir para o aumento da pressão arterial.

CUIDADOS
Tamanha é a preocupação que recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a redução da quantidade máxima de uso dessas substâncias em alimentos e bebidas diet e light. O motivo da restrição deve-se à elevada presença de sódio nos dois edulcorantes.
De acordo com a Anvisa, o sódio é inserido nas fórmulas desses adoçantes para realçar o sabor dos alimentos. Com isso, o consumo em grande quantidade pode ser prejudicial à saúde.
As grávidas devem evitar adoçantes que contenham aspartame. Helena explica que, apesar de ser um adoçante artificial não-calórico, é contra-indicado a portadoras de fenilcetonúria (incapacidade do organismo de metabolizar a fenilalanina) , uma anomalia rara que pode provocar retardamento mental do bebê.
A farmacêutica também aconselha cuidados ao ingerir adoçantes com sucralose, o obtido a partir da cloração da sacarina, pois na composição há adição de três moléculas de cloro. Apesar de muito se discutir acerca dos danos que o efeito residual do cloro possa causar ao organismo, nenhum estudo conseguiu comprovar a segurança da sucralose.
Para crianças e idosos, a dica é procurar um médico, para fazer avaliação, antes de pingar gotas de adoçante na alimentação.

Aspartame
Um dos mais apreciados pelo consumidor, devido ao seu sabor bastante parecido com o açúcar, sem apresentar residual amargo. É um adoçante não-calórico artificial, que perde a doçura quando submetido a altas temperaturas. Por isso, sugere-se que seja utilizado em alimentos e líquidos após a retirada do fogo. É contra-indicado para os portadores de fenilcetonúria (incapacidade do organismo de metabolizar a fenilalanina) , uma anomalia rara que geralmente é diagnosticada no nascimento (teste do pezinho). Pelo mesmo motivo, também se desaconselha o uso por grávidas.

Sacarina/ciclamato
A sacarina é o adoçante mais antigo que existe. Combinada com o ciclamato de sódio, é um dos mais consumidos.
Ambas as substâncias são extraídas de derivados do petróleo, o ácido sulfanoilbenzóico e ácido ciclo hexano sulfâmico, respectivamente. A sacarina apresenta um poder adoçante de 200 a 700 vezes maior que a sacarose, enquanto o ciclamato, em 30 vezes. Sozinha, em altas concentrações, tem gosto residual amargo e metálico, além de ter absorção lenta, que não é metabolizada, mas excretada pelo rim. A sacarina pode ser usada em preparações quentes e o ciclamato deve ser evitado por hipertensos.

Steviosideo
Adoçante natural extraído da planta stévia, vegetação originária da Serra do Amambaí, que fica na fronteira do Brasil com o Paraguai. Muito consumido no mundo oriental, principalmente no Japão, o poder adoçante do Steviosideo é cerca de 200 a 300 vezes maior que o da sacarose (açúcar normal), sendo o único adoçante de origem vegetal produzido em escala industrial. É totalmente atóxico e seguro ao organismo, mas seu uso é pequeno devido ao sabor residual amargo que possui.

Sucralose
Adoçante sintético obtido a partir da cloração da sacarina. Apresenta um poder adoçante 600 vezes superior ao açúcar, resistindo muito bem às altas temperaturas, não possuindo sabor residual amargo. Seus efeitos não são plenamente conhecidos no organismo, embora se saiba que é uma substância atóxica à reprodução e ao crescimento de crianças. Não há parecer dos órgãos competentes sobre a segurança do consumo.

VÁ COM CALMA!
Use o adoçante com moderação na hora de substituir o açúcar
Consuma apenas adoçantes autorizados pela legislação. Se possível, utilize-os combinados, já que, assim, eles possuem maior doçura e por isso reduz-se a quantidade de uso.
Não use aspartame em alimentos quentes (destrói a doçura e realmente forma um composto tóxico).
Mulheres grávidas devem evitar adoçantes que contenham aspartame, pois este pode prejudicar o desenvolvimento dos bebês.
Para crianças e idosos, aconselha-se a consultar um médico antes de se fazer uso de adoçantes.
Evite ingerir mais de uma lata de refrigerante diet por dia.
Leia os rótulos: é fundamental saber o que se está consumindo para não cometer erros.
Lembre-se de que tudo em excesso faz mal à saúde. Os adoçantes também não fogem a esta regra.

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