26 de fev. de 2007

Quer trabalhar em casa?

A política de home office está se tornando mais e mais comum no Brasil. Quem pode aderir e o que é necessário para que o trabalho remoto funcione? Desde 2001, o TI Master vem acompanhando o aumento no número de empresas e profissionais utilizando o teletrabalho (trabalho à distância). À medida que avança a tecnologia necessária para esse modelo, preconceitos vão sendo deixados de lado e o home office vai se tornando cada vez mais popular aqui no Brasil.“
Já é uma realidade, mas ainda não tem massa crítica. Vários executivos já trabalham com isso, mas a maioria dos profissionais ainda fica no escritório – diz o Diretor de Marketing da Polycom para América Latina e Caribe, Pierre Rodrigues.Para o Gerente Regional da Linksys (subdivisão da Cisco), Emerson Yoshimura, o maior obstáculo ao teletrabalho é mesmo cultural. “A barreira cultural é grande, tanto no mundo profissional quanto no familiar.
A tecnologia já permite fazer home office, mas há empresas que ficam satisfeitas se o funcionário passa 8 horas por dia no trabalho e não medem a produtividade. Falta o modelo executivo: trabalhar por produtividade é diferente de trabalhar por carga horária – explica.Na Symantec, onde 90% dos funcionários trabalham em notebooks, a política existe desde 2003 e é dividida em três diferentes categorias: o home office Casual, usado por funcionários que têm escritório nas dependências da empresa e ocasionalmente utilizam o escritório em casa; o home office Oficial, dos funcionários que trabalham sempre remotamente; e ainda o home office Executivo, para cargos de diretoria e presidência.“Com o advento da banda larga e o aumento do uso de notebooks, a maioria dos funcionários passou a ter essa possibilidade. Alguns tipos de tarefas são mais produtivas fora do ambiente de trabalho, sem telefones tocando e colegas parando na sua mesa – afirma o Gerente de Marketing da Symantec Brasil, Christopher Cook.
As vantagensYoshimura usa o home office há cerca de seis anos, desde que começou a trabalhar em empresas de tecnologia. Hoje, ele chega a passar até três dias por semana em seu escritório em casa. “A produtividade aumenta, em casa você está mais tranqüilo. Sem contar que em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, você pode perder 45 minutos no trânsito. A empresa nos incentiva a trabalhar em casa, especialmente quando acontece qualquer problema na cidade: chuvas, acidentes, um buraco no meio da cidade... – diz, rindo.
A Cisco utiliza a política de home office desde o ano 2000. A possibilidade de trabalhar remotamente está aberta para todos os funcionários e boa parte deles adota o método. Alguns trabalham à distância 100% do tempo.“A gente tem, por exemplo, atendentes de call center remotos que trabalham com telefonia IP. Alguns de nossos colaboradores são deficientes físicos, teriam problemas para chegar ao local de trabalho; com o home office fica bom para eles e para nós, porque esses profissionais são muito produtivos – lembra o Gerente de Desenvolvimento de Negócios em Segurança da Cisco, Maurício Gaudêncio.
Outro ponto de destaque para Maurício é a economia em espaço. Como os funcionários não estão todos ao mesmo tempo nas dependências da empresa, os custos com aluguel, limpeza e manutenção são drasticamente diminuídos. “A Cisco fica num prédio bastante caro. Se todos os colaboradores trabalhassem aqui, teríamos que ocupar três ou quatro andares, mas hoje ocupamos só dois. Os gastos com aluguel poderiam ser o dobro se não tivéssemos a política de home office – afirma.Na multinacional Polycom, 25% dos empregados usam o esquema de home office.
Só na América Latina, a porcentagem sobe para metade do quadro de funcionários. Pudera: para a companhia, especializada em serviços de teleconferência, o trabalho a distância é também um nicho de mercado. “No nosso caso o home office é mais sofisticado, porque é nosso produto. Mas as empresas precisam levar esse trabalho a sério – justifica Pierre Rodrigues. Ainda segundo ele, os colaboradores que trabalham em casa têm rendimento comprovadamente maior do que no escritório da companhia.
As desvantagens Alguns adeptos do teletrabalho acham até difícil encontrar pontos negativos nesse modelo de trabalho. Mas, como tudo na vida, ele também não é perfeito. Numa pesquisa recente da Korn/Ferry International, mais de 60% entre 1.320 executivos globais disseram acreditar que funcionários remotos têm mais dificuldade em avançar em suas carreiras, se comparados aos seus colegas que trabalham nas dependências da empresa. Segundo os executivos, o relacionamento presencial faz diferença na hora de uma promoção. Apesar disso, 48% dos entrevistados pensariam em aceitar um emprego que exigisse a prática regular de home office e 78% afirmaram que os telefuncionários tinham produtividade igual ou superior à daqueles que trabalham em escritório.
Outra preocupação está relacionada ao desempenho de equipes. Se a política de teletrabalho é implantada sem o planejamento adequado, colaboradores que originalmente trabalhavam em grupo podem se tornar verdadeiros estranhos um para o outro, atrapalhando o desempenho geral. Quando não está previsto que o colaborador trabalhe em regime de home office o tempo todo, o seu gerente deve zelar pelo equilíbrio da participação no escritório, aconselhando-o a ir mais vezes à empresa.Além disso, o trabalho remoto não é a solução ideal para todo mundo, mesmo quando a companhia oferece a opção para todos os seus colaboradores.
Algumas funções são incompatíveis com esse modelo, simplesmente porque exigem a presença do profissonal onde estiverem as máquinas ou os setores administrativos da empresa.“Acho que as únicas coisas que não podem funcionar como home office são as mais operacionais, quando você tem que trabalhar fisicamente com as máquinas. Mas muita coisa de criação pode ser feita de forma remota. Na parte de desenvolvimento de software, por exemplo, muitas vezes você fica o dia inteiro sentado na sua baia e não fala com ninguém da empresa – diz Pierre Rodrigues.
Cuidado com os excessos Em relação aos profissionais, é preciso chamar a atenção para o quesito disciplina. E não só em relação ao trabalho. A impressão errada que muita gente tem é de que o profissional trabalhando em home office é mais “folgado” do que aquele que trabalha na empresa, mas segundo Emerson Yoshimura o que geralmente acontece é o contrário: trabalhar demais.“Você tem que se controlar para não virar um workaholic.
Fazendo home office você tem mais chance de virar a madrugada trabalhando, comendo mal, dormindo mal... não tem o gerente para orientar, os colegas para chamarem para um intervalinho. Isso pode agredir a sua vida pessoal – explica.Pierre concorda. “No escritório, você ‘desconecta’ do trabalho ao sair às seis da tarde. Eu ás vezes me pego passando pela porta do meu escritório em casa às 11 da noite, parando pra conferir alguns e-mails e só saindo de lá meia-noite e meia. A disciplina serve para os dois lados – avisa.O que é preciso para funcionar?Disciplina é fundamental, mas não basta. Para o trabalho remoto render ao máximo, existem alguns pré-requisitos (tecnológicos ou não) a serem cumpridos pela empresa e pelo profissional. Christopher Cook enumera cinco fatores. “A gente se preocupa mais com as seguintes áreas: suporte, hardware, segurança, telecomunicações e conectividade. Nós temos um IT Helpdesk específico para os funcionários em teletrabalho; usamos VPN (Virtual Private Network); os notebooks têm, alés dos pacotes de trabalho comuns, os pacotes de segurança da própria Symantec, independente de serem levados para casa ou não. E nós também fornecemos uma boa estrutura de telecomunicações e internet, porque o usuário não vai conseguir trabalhar sem banda larga – explica.
Na Cisco, além de todos os profissionais trabalharem em laptops, a empresa reembolsa o aluguel de serviços de banda larga e fornece telefonia IP. A maioria dos profissionais utiliza também roteadores e tecnologia wireless. O VPN é unanimidade para garantir uma conexão segura com os servidores. Também é interessante contar com ferramentas de comunicação de grupo, como videoconferência, para que os funcionários não estejam ligados apenas aos bancos de dados, mas ao restante da equipe.Somado a isso tudo, vem, é claro, a criação de um hábito de trabalho.
A tarefa envolve o profissional e toda a família, que vai ter que se acostumar a vê-lo o dia todo em casa. “Quando eu ainda morava com meus pais e já trabalhava em home office, minha mãe me deu o apelido ‘Jaque’, porque toda hora ela vinha me pedir alguma coisa dizendo ‘já que você está em casa’... eu tinha que explicar que estava trabalhando. Não dá para fazer home office e brincar com os filhos ao mesmo tempo. Você tem que deixar claro que está trabalhando – lembra Yoshimura.
Fonte: TI Master

Um comentário:

Fer disse...

Olá,
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